Uma pequena nota:tratamento
Uma pequena nota:tratamento
Enquanto os países se concentram em tecnologias nucleares como também na recusa de receberem seus lixos atômicos, ativistas trabalham para a maior conscientização de riscos e perigos dos mesmos.
Vale lembrarmos que técnicas de primeiros socorros e tratamentos médicos específicos para estas contaminações não caminham bilateralmente.
Muito menos verdadeiros antídotos para armas químicas e biológicas. Tomaremos como exemplo o que aconteceu em Goiânia。
O que temos como recurso para as vítimas das radiações? Apenas os procedimentos médicos específicos para o césio feitos na época e que se acumularam na literatura. E o que encontramos? Descontaminação por meio de lavagem com água, sabão, detergente suave e vinagre. Géis foram preparados com o Azul da Prússia associado com potássio e césio hidratados, resinas catiônicas para uma descontaminação interna.
O tratamento se dividiu conforme os efeitos da radiação: depressão da medula óssea, hipoplasia ou a aplasia que nada mais é do que a própria anemia aplástica ou seja, a diminuição de células-troncos do sistema hematopoético na medula óssea (responsável pela fabricação das hemáceas, leucócitos e plaquetas). Transfusões de sangue, reposição hidroeletrolitica, dieta com alimentos crus, hiperprotéica, esterilizada . Ingestão de muita água e leite. Medicação estimulante da medula óssea, repouso e isolamento.
Inicialmente os eritemas foram tratados com soluções analgésicas e anti-sépticas. Após o rompimento das bolhas, administração de soluções de tanino, óleo de babosa (Aloe vera) e com anti-inflamatórios. Na época surgiu uma medicação específica.
O médico Robert Gale trouxe em fase de estudo, o GM-CSF( Granuloyde Macrophage- Colony Simulation Factor) contestado pela médica Maria Paula Curado, presidente da Fundação Leide das Neves. O cientista norte-americano afirmou que a medicação poderia ter salvo a vida de quatro vítimas. Ele queria a confirmação aplicando a medicação na maioria das vítimas do césio137. Maria Paula argumentou que Devair Ferreira, que recebeu a maior carga de radiação permanecia vivo sem a administração da medicação em questão.
Ele aplicou em seis pessoas com maiores índices de contaminação no Hospital Naval Marcílio Dias no Rio de Janeiro sem a autorização do Ministério da Saúde. Deste grupo, quatro faleceram.
Meses antes, foi proibido pelas autoridades soviéticas em atender as vítimas do acidente da Usina Nuclear de Chernobyl com a administração do GM-CSF. Entre tantas lágrimas e sofrimento, em 1992 na ocasião da Eco-92, Fidel Castro recebeu em seus braços a pequenina Natasha, vítima do césio137. Ofereceu tratamento gratuito para os acidentados, firmando-se então um acordo com a Faperj.
Fidel colocou à disposição ricos conhecimentos e experiências com as crianças acidentadas da explosão da usina de Chernobyl ,onde milhares em 1986 se curaram. Entre os brasileiros que foram para Cuba, estava a pequena Natasha.
Mais de 400 exames foram realizados em cada brasileiro. A melhoria era visível, infelizmente no Rio, técnicos da CNEN se mobilizaram contra este recurso. A menina Natasha deveria retornar para Cuba com o firme propósito de continuar seu tratamento, mas foi impedida pelo Ministério da Saúde em Brasília. O programa foi suspenso para a dor de muitos brasileiros.
Maiores informações estão neste link:
https://www.energiatomica.hpg.ig.com.br/impgoi.html
Muitos cientistas desconhecem que o tempo, a pesquisa, a ciência serão levadas ao quadrado para reconstruírem o que destruíram.
Não há medicação, antídoto, paliativos ou esperança para os acidentados com altas doses de radiação. Eis então o por quê do temor do lançamento de mísseis e do avanço tecnológico de armas nucleares.
A radioatividade tem sua vida útil que ultrapassa em muito a humana.
Enfim, a vida humana não tem preço.